domingo, 9 de maio de 2010

Aproveitando o ensejo...

Escrever sobre o Dia das Mães não é tarefa lá muito fácil.
Tirando o lado materialista e consumista da comemoração, o que realmente comemoramos?
Neste dia, mães de todos os biotipos, temperamentos e personalidades escutam de seus filhos o já tão banalizado "eu te amo".
Não duvido que se ame realmente. Mas, por que só neste dia?
Por que demonstrar afeto, carinho e gratidão somente num domingo de maio?
Não consideremos aqui, neste momento, dúvidas e questões que normalmente levantamos quando se tem uma mãe que não é tão mãe assim quanto prega a moral e os costumes da sociedade. E, muito menos, as questões que envolvem o grau de desejo ou planejamento da gravidez.
Vamos focar no que acontece com toda mãe quando o sujeitinho denominado filho ainda está em seu ventre.
A gama de alterações físicas, psicológicas e emocionais é extraordinária. E o pior é que, por falta de acesso à literatura que trate do tema ou por falta de auto-conhecimento, nem sempre o radar da futura mamãe reconhece os sinais dessas alterações.
Do momento da confirmação da gravidez, passando pelo parto e os primeiros meses depois do nascimento, é um festival de hormônios, de estados emocionais, de desconfortos, de dúvidas, medos, ansiedade... E a oscilação em todos esses aspectos também é um espetáculo à parte - que o digam os maridos-futuros-papais.
Você já parou para pensar o que é enjoar e vomitar durante, aproximadamente, 3 meses seguidos? E sobre o aumento do apetite? Barriga crescendo, pernas e pés inchados, dores na coluna, dificuldade na respiração? Ja pensou no quanto coisas corriqueiras como andar, deitar-se na cama ou sentar-se numa cadeira (e levantar depois!) se tornam tarefa árdua?
Emocionalmente falando, já se imaginou partir da euforia para a tristeza em instantes e, na maioria das vezes, sem motivo aparente? Oscilar entre a extrema sensibilidade e a mais terrível irritação sem conseguir definir, ao certo, o que está sentindo e nem identificar o porquê?
Partindo para o lado psicológico da coisa, é medo de tudo o que se possa imaginar: de cair e prejudicar a gravidez, de engordar e não voltar ao peso, de como vai ficar a relação durante e depois da gravidez, de não dar conta de cuidar do filho, de não conseguir amamentar, do momento do parto, se a criança vai nascer saudável, e por aí vai... E as angústias, conflitos internos e dúvidas que todos esses temores causam, fazem da mamãe uma verdadeira miscelânea emocional.
E, para agravar (ou seria melhorar?) parte de toda essa confusão vai permanecer com a mamãe em toda a sua jornada.
É... Mãe é muito mais que trocar fralda e amamentar. Muito mais que levar na escola, ensinar a comer com talher e passar a noite em claro quando o filho está 'dodói'.
Mãe não é um ser divino.
Mãe sente raiva, se decepciona, tem fraquezas. É insegura, sente medo, tem dúvidas, defeitos.
Mãe tem vontade de largar tudo pro alto e desistir.
Mãe chora. Mãe se acha feia, se acha gorda, fica insatisfeita.
Mãe fica carente - seja de um abraço ou de um bom 'amasso" (sim, mãe também faz sexo!)
Mas também, mãe tem desejos, sonhos, planos, anseios. Ri, se orgulha, acredita. Suporta, ensina, apóia, luta junto. Se prontifica, se dedica, incentiva.
Realmente, mãe é tudo igual mesmo. Igual a cada um de nós.
E merece muito mais que 1 dia de demonstração de afeto e carinho. Merece, principalmente, reconhecimento!
Ah! Você pode estar se perguntando: "por que uma postagem quase no fim do dia?"
A resposta é óbvia, não?
Passei o dia com MINHA MAMÃE!

Feliz Dia das Mães!


*Bibliografia de apoio:
MALDONADO, Maria Tereza. Psicolgia da Gravidez. São Paulo: Saraiva, 1997.

3 comentários:

  1. Ai ai, seu primeiro comentário tenho que caprichar, bom este dia é sem duvida um lindo dia do qual nos deparamos com a pessoa que nos trouxe ao mundo, a este lugar estranho e também maravilhoso, foi ela que nos ensinou tudo o que sabemos é ela também que nos aponta o norte, do jeitinho delas, encontramos as super protetoras, as controladoras,as que sempre tem razão, bom mãe é mãe cada uma tem seu jeito, o que nos faz felizes é saber que temos a oportunidade de ter pessoas como elas, que nos dias de hoje, dão um show...
    te desejo feliz dia das mães Dra (pequena) e a todas que por aqui passarem minha mais sincera gratidão e carinho bjs

    willians falbo

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  2. Muito legal amiga!! É triste saber que as pessoas só lembram das Mamães neste dia, e a gente nunca acha que as nossas mães sentem medo, insegurança, raiva ... sempre achamos que a nossa mãe é um ser divino ... que está ali a todo momento para nos dar o colo, o abraço, o beijo que tanto necessitamos!! Mas isso é ser mãe (fazer o que?!?!?!))!!!

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  3. Só tenho a dizer uma única coisa que sempre repito... MÃE é UMA SÓ! O resto do pensamento prefiro deixar por conta da memória e da mente dos frequentadores!
    Parabéns por ser a mãe que vc É!

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